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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Breve resumo da civilização egípcia

As origens da antiga civilização egípcia não podem ser definidas com precisão. A descrição do desenvolvimento da civilização egípcia baseia-se nas descobertas arqueológicas de ruínas, tumbas e monumentos. Os hieróglifos proporcionaram importantes dados.
A história egípcia, até a conquista de Alexandre III, o Magno, divide-se no império antigo, médio e novo, com períodos intermediários, seguidos pelos períodos tardio e dos Ptolomeus.
As fontes arqueológicas mostram o nascimento, por volta do final do período pré-dinástico (3200 a.C.), uma força política dominante que, reunindo os antigos reinos do sul (vale) e do norte (delta), tornou-se o primeiro reino unificado do antigo Egipto. Durante a I e II Dinastias (3100-2755 a.C.), algumas das grandes mastabas (estruturas funerárias que antecederam às pirâmides) foram construídas em Sakkarah e Abidos.
O Império Antigo (2755-2255 a.C.) compreende da III à VI Dinastias. A capital era no norte, em Menfis, e os monarcas mantiveram um poder absoluto sobre um governo solidamente centralizado. A religião desempenhou um papel importante, como fica evidenciado pela riqueza e número dos templos; de facto, o governo tinha evoluído para um sistema teocrático, no qual o faraó era considerado um deus na terra, razão pela qual gozava de poder absoluto.
A IV Dinastia começou com o faraó Snefru que, entre outras obras significativas, construiu as primeiras pirâmides em Dahshur. Snefru realizou campanhas na Núbia, Líbia e o Sinai. Foi sucedido por Queóps, que erigiu a Grande Pirâmide em Gizé. Redjedef, filho de Queóps (reinou em 2613-2603 a.C.), introduziu uma divindade associada ao elemento solar (Rá) no título real e no panteão religioso. Quéfren e Miquerinos, outros membros da dinastia, construíram os seus complexos funerários em Gizé.
Com a IV Dinastia, a civilização egípcia conheceu o auge do seu desenvolvimento, que manteve durante as V e VI Dinastias. O esplendor manifestado nas pirâmides estendeu-se para numerosos âmbitos do conhecimento, como arquitectura, escultura, pintura, navegação, artes menores, astronomia (os astrónomos de Menfis estabeleceram um calendário de 365 dias) e medicina.
A VII Dinastia marcou o começo do Primeiro Período Intermediário. Como consequência das dissensões internas, as notícias sobre a VII e VIII Dinastias são bastante obscuras. Parece claro, no entanto, que ambas governaram a partir de Menfis e duraram apenas 25 anos. Nesta época, os poderosos governadores provinciais tinham o controle completo de seus distritos e as facções no sul e no norte disputaram o poder. Os governadores de Tebas conseguiram estabelecer a XI Dinastia, que controlava a área de Abidos até Elefantina, perto de Siene (hoje Assuã).

O Império Médio (2134-1784 a.C.) começa com a reunificação do território realizada por Mentuhotep II (reinou em 2061-2010 a.C.). Os primeiros soberanos da Dinastia tentaram estender o seu controle de Tebas para o norte e o sul, iniciando um processo de reunificação que Mentuhotep completou depois de 2047 a.C., limitando o poder das províncias. Tebas foi a sua capital.
Com Amenemés I, o primeiro faraó da XII Dinastia, a capital foi transferida para as proximidades de menfis. O deus tebano Amon adquiriu nessa época uma maior importância do que as outras divindades, e foi associado ao disco solar (Amon-Rá).
Os hicsos invadiram o Egipto a partir da Ásia ocidental, instalando-se no norte. A sua presença possibilitou uma entrada massiva de povos da costa fenícia e palestina, e o estabelecimento da dinastia hicsa, deu início ao Segundo Período Intermediário. Os hicsos da XV Dinastia reinaram a partir da sua capital, situada na parte leste do delta, o que lhes permitia manter o controle sobre as zonas média e alta do país. O soberano tebano Ahmosis I derrotou os hicsos, reunificando o Egito e criando o Império Novo (1570-1070 a.C.).
Amenhotep I (1551-1524 a.C.) estendeu os limites até a Núbia e a Palestina. Com uma grande construção em Karnak, separou a sua tumba do seu templo funerário e iniciou o costume de ocultar sua última morada. Tutmés I continuou a ampliação do Império Novo e reforçou a preeminência do deus Amon; a sua tumba foi a primeira a ser construída no vale dos Reis. Tutmósis III reconquistou a Síria e a Palestina, que se tinham separado anteriormente, e continuou a expansão territorial do Império.
Amenófis IV foi um reformador religioso que combateu o poder dos sacerdotes de Amon. Trocou Tebas por uma nova capital, Aketaton (a moderna Tell el-Amarna), que foi construída em honra de Aton, sobre o qual se centrou a nova religião monoteísta. No entanto, a revolução religiosa foi abandonada no final do seu reinado. O seu sucessor Tutankhamen é conhecido hoje, sobretudo, pela suntuosidade do seu túmulo, encontrado praticamente intacto no vale dos Reis, em 1922.
O fundador da XIX Dinastia foi Ramsés I (reinou em 1293-1291 a.C.), foi sucedido por seu filho Seti I (reinou em 1291-1279 a.C.); esse organizou campanhas militares contra a Síria, Palestina, os líbios e os hititas. Foi sucedido por Ramsés II, que fez a maior parte das edificações em Luxor e Karnak, ao construir o Ramesseum (o seu templo funerário) em Tebas, os templos esculpidos na rocha em Abu Simbel e os santuários em Abidos e menfis. Seu filho Meneptá (1212-1202 a.C.) derrotou os invasores provenientes do mar Egeu, feitos narrados num texto esculpido na esteira da qual figura a primeira menção escrita conhecida do povo de Israel.
O Terceiro Período Intermediário compreende da XXI à XXIV Dinastia. Os faraós que governaram a partir de Tânis, no norte, entraram em choque com os sumos sacerdotes de Tebas. Os chefes líbios deram origem à XXI Dinastia. Quando os governadores líbios entraram num período de decadência, vários rivais se armaram para conquistar o poder. De facto, as XXIII e XXIV Dinastias reinaram ao mesmo tempo que a XXII, bem como a XXV (cusita), que controlou de forma efetiva a maior parte do Egipto quando ainda governavam as XXIII e XXIV Dinastias, no final do seu mandato.

Os faraós incluídos da XXV à XXXI Dinastias governaram a Época Baixa. Os cusitas governaram de 767 a.C. até serem derrotados pelos assírios, em 671 a.C. Quando o último faraó egípcio foi derrotado por Cambises II, em 525 a.C., o país caiu sob domínio persa (durante a XXVII Dinastia).

A ocupação do Egipto pelas tropas de Alexandre Magno, em 332 a.C., pôs um fim ao domínio persa. Alexandre designou o general macedônio Ptolomeu, conhecido mais tarde como Ptolomeu I Sóter, para governar o país. A maior parte do período que se seguiu à morte de Alexandre Magno, em 323 a.C., foi caracterizada pelos conflitos com outros generais, que tinham se apoderado das distintas partes do império. Em 305 a.C., assumiu o título real e fundou a dinastia ptolemaica. Cleópatra VII foi a última soberana dessa Dinastia. Tentando manter-se no poder, aliou-se a Caio Júlio César e, mais tarde, a Marco Antônio. Depois da morte de Cleópatra, em 30 a.C., o Egito foi controlado pelo Império Romano durante sete séculos. Nessa época, a língua copta começou a ser usada independentemente da egípcia.
Com a finalidade de controlar a população e limitar o poder dos sacerdotes, os imperadores romanos protegeram a religião tradicional. Os cultos egípcios a Ísis e Serápis estenderam-se por todo o mundo greco-romano. O Egipto foi também um centro importante do cristianismo primitivo. A Igreja Copta, que aderiu ao monofisismo, separou-se da corrente principal do cristianismo no século V.
Durante o século VII, o poder do Império Bizantino foi desafiado pela dinastia dos Sassânidas da Pérsia, que invadiram o Egipto em 616. Em 642, o país caiu sob o domínio dos árabes, que introduziram o islamismo.
Nos séculos que se seguiram, teve início um processo lento de islamização que com o tempo produziu a mudança de um país cristão de fala copta para um outro, muçulmano de fala árabe. A língua copta converteu-se numa língua litúrgica.
Durante o califado abássida, surgiram freqüentes insurreições por todo o país provocadas pelas diferenças entre os sunitas, maioria ortodoxa, e a minoria que aderiu aos xiitas. Em 868, Ahmad ibn Tulun transformou o Egipto num estado autónomo, vinculada aos abássidas apenas pelo pagamento de um pequeno tributo. A dinastia de Tulun (os tulúnidas) governou durante 37 anos um império que englobava o Egipto, a Palestina e a Síria.
Depois do último governo dos tulúnidas, o país entrou num estado de anarquia. As suas frágeis condições tornaram-no numa presa fácil para os fatímidas, que em 969 invadiram e conquistaram o Egito e fundaram o Cairo, convertendo-a na capital do seu império. Os fatímidas foram derrotados pelos ayyubis, cujo líder Saladino (Salah ad Din Yusuf ibn Ayubb) proclamou-se sultão do Egito e estendeu os seus territórios até Síria e Palestina, tomando dos cruzados a cidade de Jerusalém . A debilidade dos seus sucessores levou a uma progressiva tomada do poder pelos mamelucos, soldados de diversas origens étnicas que os serviam e terminaram por proclamar-se sultões com Izza al Din Aybak, em 1250.

No final do século XIII e começo do século XIV, o território dos mamelucos estendia-se para o norte até os limites da Ásia Menor. A segunda dinastia de sultões mamelucos, os buris, era de origem circassiana; governaram de 1382 a 1517, quando o sultão Selim I invadiu o Egipto e o integrou ao Império otomano.

Embora o domínio real dos turcos otomanos sobre o Egipto tenha durado apenas até o final do século XVII, o país pertenceu nominalmente ao Império otomano até 1915. Em vez de acabar com os mamelucos, os otomanos utilizaram-nos em sua administração. Na metade do século XVII, os emires mamelucos (ou beis) restabeleceram a sua supremacia. Os otomanos aceitaram a situação, com a condição de que pagassem um tributo.
A ocupação francesa do Egito em 1798, levada a cabo por Napoleão I Bonaparte, interrompeu por um curto intervalo de tempo a hegemonia mameluca. Em 1801, uma força britânico-otomana expulsou os franceses. Mehemet Ali assumiu o poder e, em 1805, o sultão otomano o reconheceu como governador do Egipto. Mehemet Ali destruiu todos os seus oponentes até se tornar a única autoridade no país. Para poder controlar todas as rotas comerciais, realizou uma série de guerras expansionistas.
Os britânicos ocuparam o Egito de 1882 a 1954. O interesse da Grã-Bretanha centrava-se no canal do Suez, que facilitaria a rota britânica até a Índia. Na I Guerra Mundial, a Grã-Bretanha estabeleceu um protectorado. Em 1918, surgiu um movimento nacionalista para garantir a independência. Eclodiu uma revolta violenta no país, razão pela qual a Grã-Bretanha suprimiu o protectorado em 1922 e foi proclamada uma monarquia independente, governada pelo rei Fuad I.

Em 1948, o Egipto e outros Estados árabes entraram em guerra com o recém-criado Estado de Israel. Com a derrota, o Exército voltou-se contra o rei Faruk I. Em 1952, um golpe de estado depôs o rei e proclamou a República do Egipto.

O primeiro presidente, o general Muhammad Naguib, foi uma figura nominal, pois o poder foi exercido por Gamal Abdel Nasser, presidente do Conselho do Comando da Revolução. Em 1956, foi eleito oficialmente presidente da República. No começo, Nasser seguiu uma política de solidariedade com outras nações africanas e asiáticas do Terceiro Mundo e converteu-se no grande defensor da unidade árabe. A negativa dos países ocidentais de proporcionar-lhe armas (que provavelmente utilizaria contra Israel) provocou uma reviravolta na política externa de Nasser, que o aproximou dos bloco dos países do Leste.
No que diz respeito à política interna, Nasser suprimiu a oposição política, estabeleceu um regime de partido único e socializou a economia. Essa nova ordem foi chamada de socialismo árabe. Em 1967, continuou a luta contra Israel, que desembocou na guerra dos Seis Dias, ao final da qual Israel assumiu o controle de toda a península do Sinai. O canal do Suez permaneceu fechado durante a guerra e posteriormente foi bloqueado. Nasser recorreu à União Soviética.

Nasser morreu em 1971 e foi sucedido pelo seu vice-presidente, Anwar al-Sadat. Sadat promoveu uma abertura política e económica, além de procurar uma saída para o problema israelense mediante a negociação; como não conseguiu, planejou outro ataque contra Israel, dando início à guerra do Yom Kippur. Em 1974 e 1975, Egipto e Israel concluíram uma série de acordos que resultou na retirada das tropas do Sinai. Em 1975, o Egipto reabriu o canal de Suez e Israel retirou-se de certos pontos estratégicos e de alguns dos campos petroleiros do Sinai.